Sim, uma oficina de Sociologia.

O sociólogo basicamente faz três coisas no decorrer da sua vida profissional: lê, escreve e fala. Escutei essa frase dita por um professor na primeira semana de aulas na universidade. Ele tinha toda a razão. Penso que essas três tarefas constituem uma oficina de Sociologia.

É um ofício que tende a envolver boa parte da vida daqueles que a seguem por gosto. E isso não é ruim.

O laboratório do sociólogo é o mundo. Portanto, todas as experiências sociais com as quais convive ou toma conhecimento podem se tornar objeto de estudo, quando menos, de uma curiosidade e um olhar diferente.

Logo, não é fácil desligar o “modo sociólogo” de ser.

Seu ambiente de trabalho pode variar bastante. Em geral, trabalha como professor, no ensino médio ou superior. Mas há também espaço em diferentes instituições públicas, no terceiro setor e em empresas privadas, espaços nos quais pode trabalhar com projetos e pesquisas em diversos segmentos da sociedade.

Assim, por incorporar o seu trabalho à sua forma de viver, fora dos espaços formais de trabalho, o sociólogo costuma ter seu lugar de leitura e escrita. Seja preparando uma aula, lendo, escrevendo ou simplesmente pensando na vida.

É a sua oficina. Espaço para reforçar, reelaborar e refazer o significado do seu fazer.

Na perspectiva de Charles Wright Mills, o sociólogo desenvolve um trabalho de artesanato intelectual. E o artesão incorpora o ofício à vida, domina o processo de sua produção e faz da sua arte seu viver.

Dessa forma, essa página é o reflexo ou parte da própria oficina de Sociologia deste que vos escreve. Portanto, não é o meu espaço de trabalho formal, não tem vínculos institucionais ou financeiros. Surgiu para o exercício da sociologia que não consigo largar na minha vida pessoal.

Espero que seja útil para aqueles que têm algum interesse nesse ofício.